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O ANTICATOLICISMO MAIS RADICAL

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PAX

O ANTICATOLICISMO MAIS RADICAL


Por Dom Tomás de Aquino OSB


A Gnose é o anticatolicismo radical. Mas ser anticatólico é próprio não só da Gnose. O Islamismo também é radicalmente anticatólico. O Judaísmo, que nega a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, também é radicalmente anticatólico. O Budismo até mais do que o Islamismo e o Judaísmo, já que ele tende ao ateísmo ou ao panteísmo. Convém então dar à Gnose o primeiro lugar em matéria de anticatolicismo?

Escutemos o autor de “Histoire de la philosophie oculte” que, depois de levantar várias questões sobre a diversidade das religiões e sobre a possibilidade de discernir a verdadeira, escreve:

“Uma resposta rápida demais a estas dramáticas e problemáticas perguntas transforma um indivíduo num ateu que recusa globalmente as religiões, justamente por causa de suas divergências, ou num fanático que se encerra rigidamente em sua fé, evitando analisar as outras por medo de ser abalado por esta confrontação. O gnóstico, ao contrário, utiliza a Gnose como um filtro, através do qual ele faz passar por um crivo e analisa as religiões e as filosofias, afim de extrair o melhor de cada uma delas. Ele elabora assim uma religião intelectual, baseada numa cultura rigorosa, em vez de uma religião revelada, que justifica seus próprios postulados inimagináveis e absurdos, recorrendo a visões, êxtases e alucinações auditivas” (1)

Eis aí uma rejeição total de todas as religiões em favor do que o autor chama de religião intelectual, fruto de uma análise rigorosa de todas as religiões. Estamos diante de um naturalismo radical que recusa a Revelação em favor de uma religião puramente humana. Não é isto o mais radical de todos os anticatolicismos? Creio que sim, pois ele rejeita a ideia mesma de uma revelação, como se Deus não pudesse se revelar aos homens e dar os sinais suficientes para que eles possam distinguir a verdadeira religião das falsas. Se a Gnose não é o mais radical de todos os anticatolicismos, ela não fica atrás de nenhum deles.

(1) Citado por Epiphanius, Maçonnerie et Sectes Secrètes, Publications du Courrier de Rome, pág. 21.

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