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SOBRE O APELO, À IGREJA E AO MUNDO, DO ARCEBISPO DOM VIGANÒ E DIVERSOS OUTROS PRELADOS

Um apelo à Igreja e ao mundo, assim como aos fiéis católicos e homens de boa vontade, foi lançado por Dom Carlo Maria Viganò e outros prelados, no dia 7 de maio deste ano, de 2020.

O texto é corajoso, não hesitando em denunciar tudo o que lhe parece voluntariamente perverso na atitude de muitos governantes nesta crise do coronavírus.

No entanto, não é sobre isso que voltamos nossa atenção no momento. Ignoro a formação de Dom Viganò. Ignoro se ele adere ao Vaticano II, mas o texto enuncia posições conformes ao Concílio.

Que diz o texto?

“Os fatos têm mostrado que sob o pretexto da epidemia Covid-19, em muitos casos, os direitos inalienáveis dos cidadãos foram violados, limitando desproporcional e injustificadamente suas liberdades fundamentais, incluindo o exercício das liberdades de culto, de expressão e de movimento.”

Esta frase é inadmissível, pois a liberdade de culto é condenada pela Igreja. Não se pode pôr no mesmo nível Nosso Senhor e os falsos deuses. Todos os falsos cultos são obra do demônio, e jamais poderão ser objeto de um direito propriamente dito.

Ter Vaticano II como referência é condenar-se a ser católico liberal e incorrer nas condenações já feitas pelo Magistério da Igreja a esse respeito. Por exemplo, os maçons condecoraram o presidente da Argentina, Raúl Alfonsín, com a medalha da liberdade religiosa. Liberdade religiosa e liberdade de culto são a mesma coisa, e são uma doutrina da maçonaria. Leão XIII as condena com as seguintes palavras:

“Repetidas vezes, em documentos oficiais dirigidos ao mundo católico, demonstramos quão errônea é a doutrina daqueles que sob o nome sedutor de liberdade de culto proclamam a apostasia legal da sociedade, afastando-a, deste modo, do Seu Divino Autor.”

Mas o texto não se limita a isso, ele fala também da liberdade de expressão, outra liberdade reivindicada pelos revolucionários para poderem difundir o erro, a heresia e a corrupção moral.

Uma palavra sobre esta liberdade de expressão, a qual significa liberdade de difundir tudo o que se deseja. Todos conhecem os males causados por essa liberdade tanto na internet como na televisão, no jornal e em toda parte. Ela é a ruína da fé e dos costumes. Gregório XVI escreve na Mirari Vos:

“Aqui se situa aquela péssima e nunca suficientemente execrada e detestada liberdade de imprensa para a difusão de qualquer escrito, liberdade que com tanto clamor se atrevem alguns a pedir e promover”.

Acrescentemos que a expressão “imposições antidemocráticas” é a herdeira da Revolução Francesa e da Constituição Americana, as quais consideram o povo como princípio e causa do poder. Doutrina revolucionária, contrária à Sagrada Escritura e ao ensinamento da Igreja que estabelece que todo poder vem de Deus.

Por estas graves razões, o texto não é bom. Não podemos jamais dar nossa aprovação aos erros liberais ali expressos, pois são erros condenados pelo Magistério. Rezemos por estes prelados e sacerdotes entre os quais há alguns de grande mérito.

Nova Friburgo, 12 de maio de 2020

† Tomás de Aquino.

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